Estudo + Trabalho + Amizade


sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Tormentos Modernos

Os avanços da ciência aliados à tecnologia favoreceram a vida com incomparáveis contribuições: higiene e saúde, comodidade e prazer, facilidade de locomoção e de cultura, programas de solidariedade e apoio, mais amplos recursos de fraternidade e inter-relacio namentos pessoais...

A globalização tornou-se inevitável, ganhando-se distâncias com velocidades expressivas e participando-se das ocorrências que têm lugar nos mais diferentes pontos do globo.

Baniram da Terra várias endemias, erradicaram doenças cruéis, alteraram a face do planeta, melhorando-lhe inumeráveis condições...

Não obstante, os nobres e úteis avanços não conseguiram impedir a violência urbana, as guerras, cada vez mais destruidoras, a miséria econômica e social, os fenômenos sísmicos, o surgimento de novas e calamitosas enfermidades, a corrupção de vários matizes, que campeia desenfreada, os crimes hediondos assim como a pena de morte, a eutanásia, o aborto, o suicídio, a traição...

Aprofundaram a sonda na psique do ser humano e desvelaram muitos enigmas que antes desvairavam, oferecendo recursos terapêuticos para minimizar e mesmo sanar muitos transtornos. Todavia, não puderam evitar distúrbios neuróticos e de pânico, as depressões profundas e outras tantas patologias tormentosas da mente...

A admirável conquista da ecologia ressalta este período, preservando a vida vegetal, animal, o meio ambiente com valiosas contribuições em favor do planeta em pré-agonia.

Apesar disso, a vida humana perece pela fome, pelo abandono, por diversas doenças que ainda não foram vencidas, pelo desrespeito de que é vítima...

Ocorre que o homem interior ainda não se fez con quistar. As valiosas realizações de fora aprisionaram-no, por outro lado, no limite das horas, no volume esmagador dos compromissos, na multiplicidade das realizações para a sobrevivência, estressando-o ou fazendo-o indiferente ao seu próximo, tornando-o arrogante ou aturdido, falto de ideais superiores e abarrotado de coisas sem significado real.

As exigências sociais tiraram-lhe a naturalidade, e os anseios de triunfos externos desestruturam-no, tornando-se-lhe importantes os valores que se fazem conhecidos, embora escravizem, em detrimento daqueloutros que permanecem não vistos e que são libertadores.

O temor detém-no no lar, cercado de tecnologia, mas, isolado da convivência com outras pessoas, longe do calor humano que produz relacionamentos motivadores.

A exigüidade de tempo não lhe propicia mais a reflexão, levando-o a agir e a reagir por impulsos. Escasseiam-lhe os momentos para si mesmo, interiormente, em espaços mentais e emocionais de oração, de meditação, de refazimento de forças exauridas nos embates contínuos.

Os medos assaltam-no, e a solidão na multidão asfixia-o.
 
Joanna de Ângelis
Psicografado por Divaldo franco

Terra é incapaz de acompanhar ritmo atual de consumo de carnes e pescado

No topo absoluto da cadeia alimentar, os seres humanos se dão ao luxo de comer de tudo, mas a um preço elevado: a pesca massiva está levando as espécies marinhas à extinção, e a piscicultura polui a água, o solo e a atmosfera - o que precisa fazer com que mudemos de hábitos.

Alimentar a humanidade - nove bilhões de indivíduos até 2050, segundo as previsões da ONU - exigirá uma adaptação de nosso comportamento, sobretudo nos países mais ricos, que precisarão ajudar os países em desenvolvimento.

Segundo um relatório da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO), publicado nesta quinta-feira, a produção mundial de carne deverá dobrar para atender à demanda mundial, chegando a 463 milhões de toneladas por ano.

Um chinês que consumia 13,7 kg de carne em 1980, por exemplo, hoje come em média 59,5 kg por ano. Nos países desenvolvidos, o consumo chega a 80 kg per capita.

"O problema é como impedir que isso aconteça. Quando a renda aumenta, o consumo de produtos lácteos e bovinos segue o mesmo caminho: não há exemplo em contrário no mundo", destacou Hervé Guyomard, diretor científico em Agricultura do Instituto Nacional de Pesquisa Agrônoma da França (INRA), responsável pelo relatório Agrimonde sobre "os sistemas agrícolas e alimentares mundiais no horizonte de 2050".

Atualmente, a agricultura produz 4.600 quilocalorias por dia e por habitante, o suficiente para alimentar seis bilhões de indivíduos.

Deste total, no entanto, 800 se perdem no campo (pragas, insetos, armazenamento), 1.500 são dedicadas à alimentação dos animais - que só restituem em média 500 calorias na mesa - e 800 são desperdiçadas nos países desenvolvidos.

Por outro lado, o gado custa caro ao meio ambiente: 8% do consumo de água, 18% das emissões de gases causadores do efeito estufa (mais que os transportes) e 37% do metano emitido pelas atividades humanas.

E, mesmo que seja fonte essencial de proteínas, a carne bovina não é "rentável" do ponto de vista alimentar: "são necessárias três calorias vegetais para produzir uma caloria de carne de ave, sete para uma caloria de porco e nove para uma caloria bovina", explicou Guyomard.

Desta maneira, mais de um terço (37%) da produção mundial de cereais serve para alimentar o gado - 56% nos países ricos - segundo o World Ressources Institute.

Seria o caso, então, de reduzir o consumo de carne e substitui-lo pelo peixe?

Os oceanos não podem ser considerados uma despensa inesgotável, estimou Philippe Cury, diretor de pesquisas do Instituto de Pesquisas para o Desenvolvimento (IRD).

O número de pescadores é duas a três vezes superior à capacidade de reconstituição das espécies.

No atual ritmo, a totalidade das espécies comerciais haverá desaparecido em 2050.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Juventude e Maturidade


Os idosos meditam.
Os jovens renovam a existência.
Entre uns e outros o tempo caminha, e a vida se desdobra, descortinando a cada um as possibilidades de agir, criando a experiência.
Cada qual, manejando o próprio livre-arbítrio, atende os desejos que le caracterizam os hábitos e as inclinações.
O tempo confere a cada um os resultados das próprias obras.

***

Alguns jovens, tendo deixado o corpo físico em plena vitalidade orgânica, observaram o nosso desejo de selecionar pensamentos e anotações de amigos libertos do Plano Físico e expressaram também o propósito de organizar um volume que apresente um só trecho das notícias de cada um deles, no intuito de endereçar um lembrete aos irmãos da Terra.
E aqui está o volume desprentensioso e sincero.

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Será ele um repositório de lembranças somente dedicadas à juventude?
Não.
Aqui se reúnem esclarescimentos e lições que falam ao sentimento de qualquer de nós
E, sobretudo, vemos nestas páginas simples e amigas que a desencarnação na mocidade, quase sempre, não é apenas renovação, mas igualmente um fator decisivo de acesso à maturidade espiritual.

Emmanuel
Uberaba, 8 de janeiro de 1995

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Livro "Antologia da Juventude" - Francisco Cândido Xavier

Mostre aos seus problemas o tamanho de Deus



"Aprendestes o que foi dito: Olho por olho, dente por dente. E eu vos digo para não resistir ao mal que quiserem vos fazer; mas se alguém vos bater na face direita, apresentai-lhe também a outra. E se alguém quiser demandar contra vós para tomar vossa túnica, dai-lhe também vosso manto. E se alguém quiser vos obrigar a andar mil passos com ele, andai ainda mais dois mil. Dai àquele que vos pede e não rejeiteis jamais aquele que vos pedir emprestado." (Mateus, 5:38 a 42)


Os preconceitos do mundo, sobre o que costumamos chamar de questão de honra, provocam esses melindres, nascidos do orgulho e da exaltação da personalidade, que levam o homem a pagar injúria por injúria, golpe por golpe, o que parece ser uma atitude justa para aquele cujo sentido moral não se eleva acima das paixões terrenas.

Esta é a razão pela qual a lei de Moisés dizia: “Olho por olho, dente por dente”. Lei que estava de acordo com o seu tempo. Mas o Cristo veio e disse: Pagai o mal com o bem. E disse ainda: Não resistais ao mal que quiserem vos fazer; se alguém vos bater numa face, apresentai-lhe também a outra. Ao orgulhoso, este ensinamento parece uma covardia, pois ele não entende que há mais coragem em suportar um insulto do que em se vingar, já que a sua noção do que é a vida alcança somente o momento presente. Devemos, então, entender ao pé da letra este ensinamento de Jesus? Não, da mesma maneira que aquele que diz para “arrancar o olho, se este for um motivo de escândalo”. Se o ensinamento fosse seguido literalmente, a conseqüência seria condenar toda ação da lei e deixar o campo livre aos maus, que nada temeriam. Se não colocarmos um freio às suas agressões, logo todos os bons serão suas vítimas. Até o próprio instinto de conservação, que é uma lei da Natureza, diz que não se deve desistir da vida sem luta. Por estas palavras, Jesus não quis proibir a defesa e sim condenar a vingança. Ao dizer para oferecer a face quando a outra for batida, quis dizer, de uma outra forma, que não é preciso pagar o mal com o mal; que o homem deve aceitar com humildade tudo o que faz rebaixar seu orgulho; que é mais glorioso para ele ser ferido do que ferir, suportar pacientemente uma injustiça do que cometê-la; que é melhor ser enganado do que enganar, ser arruinado do que arruinar os outros. É ao mesmo tempo a condenação do duelo, que nada mais é do que uma das manifestações do orgulho. Apenas a fé na vida futura e na justiça de Deus, que nunca deixa o mal impune, pode dar a força para suportar-se pacientemente os golpes dados aos nossos interesses e ao nosso amor-próprio. Eis porque dizemos sempre: Elevai vossos olhares; quanto mais vos elevardes pelo pensamento acima da vida material, menos vos magoarão as coisas da Terra.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Ninguém Morre


Não reclames da Terra
Os seres que partiram...
Olha a planta que volta
Na semente a morrer.
Chora, de vez que o pranto
Purifica a visão.
No entanto, continua
Agindo para o bem.
Lágrima sem revolta
É orvalho da esperança.
A morte é a própria vida
Numa nova edição.

Espírito: EMMANUEL
Médium: Francisco Cândido Xavier
Livro: "Caravana do Amor"

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

"Nosso Lar" completa ano de Chico Xavier nos cinemas




Ano de centenário de nascimento de Chico Xavier, maior expoente do espiritismo no Brasil, 2010 terá o lançamento de dois longa-metragens sobre ele nos cinemas.

Além da cinebiografia dirigida por Daniel Filho, que deve estrear em 2 de abril, os brasileiros verão em setembro o médium em "Nosso lar", adaptação do livro de mesmo nome psicografado por Xavier em 1944. Maior clássico da literatura espírita nacional, o romance - que acabou virando série - é contado sob o ponto de vista do espírito André Luiz, que, como um repórter, transmite suas impressões sobre o mundo espiritual pós-vida para Xavier.

Dirigido por Wagner de Assis ("A cartomante"), "Nosso lar" é rico em efeitos especiais. "O filme todo se passa em uma cidade espiritual chamada Nosso Lar, e o maior desafio foi a construção dessa cidade", explica a produtora do filme Iafa Britz. "Durante meses, nossa diretora de arte e um grupo de arquitetos se debruçaram sobre esse projeto, que é verdadeiramente arquitetônico. Depois, tudo foi recriado pelo pessoal dos efeitos especiais."

Para a fotografia e os efeitos especiais foram convocados profissionais internacionais, incluindo o diretor de fotografia Ueli Steiger (de "10.000 A.C", e "O dia depois de amanhã") e o supervisor de efeitos especiais Lev Kolobov, da empresa canadense Intelligent Creatures ("A caçada", "Babel" e "Watchmen"). No elenco, "Nosso lar" tem Renato Prieto, Othon Bastos, Ana Rosa, Werner Schunemann, Lu Grimaldi, Nicola Siri e Chica Xavier e Paulo Goulart - que também participa do longa de Daniel Filho.

Sobre a possibilidade de bater de frente com outra produção sobre Xavier nos cinemas neste ano, Britz afirma que "não tem concorrência". "Um filme é 'primo' do outro. 'Chico Xavier' sai em abril, e o nosso, em 3 de setembro. E são filmes muito diferentes. 'Chico' é baseado em uma biografia escrita por outro autor. 'Nosso lar' é uma adaptação de uma obra que foi escrita por ele, um livro que teve tiragem de 2 milhões de cópias e que, estatisticamente, foi lido por 16 milhões de pessoas", diz a produtora, envolvida no projeto desde 2005.

"Sabemos do potencial do filme e esperamos que ele atinja o público como um todo. Qualquer um pode gostar e se interessar por 'Nosso lar'. É uma história que pode ser contada não só para quem é espírita mas para qualquer um", conclui.

Nascido em 1910 no município de Pedro Leopoldo (MG) e morto em 2002 em Uberaba (MG), Xavier publicou mais de 400 livros em vida, todos eles, afirmava, psicografados através de conversas com espíritos. Estima-se que mais de 20 milhões de exemplares de sua obra já foram vendidos.

Fonte: G1.com.br

"Continuem ligados na prece. A oração é a chama que não se apaga ante as ventanias do mundo, porque brilha na alma, nas entranhas de nosso próprio ser"
Wady Abrahão Filho

Trecho de "Antologia da Juventude" - Francisco Cândido Xavier

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

A Metamorfose

Você já observou a borboleta pousada sobre uma folha nova, especialmente escolhida por ela, uma que não caia antes da saída das lagartinhas do ovo, dobrar o abdome até sentir a face inferior da folha e ali colocar o ovo?

Por essas maravilhas da natureza, que somente a Providência Divina explica, cada espécie de borboleta sabe exatamente qual o tipo de planta que deve escolher para colocar o ovo que, graças a uma substância viscosa de secagem rápida, fixa-se imediatamente.

As borboletas são muito admiradas pela leveza dos seus voos e a beleza do colorido de suas asas.

Elas procuram, nas flores, na areia úmida ou em frutos fermentados, o seu alimento, sendo que as flores são muito frequentadas pelas borboletas fêmeas, enquanto os machos preferem as areias úmidas.

Algumas espécies existem que têm a capacidade de permanecer imóveis por tempo considerável, enquanto outras fazem voos curtos, por vezes muito rápidos, indo de uma flor a outra.

Elas buscam a pradaria, as ramadas das árvores, beijam as folhas farfalhantes e driblam o vento apressado.

Bailam em meio às gotículas que se desprendem das quedas d'água ou como pétalas voejam, balançando no espaço.

Seu matiz é mensagem de alegria. A sua liberdade é um convite à paz.

No entanto, dias antes de se mostrarem tão belas não passavam de larvas rastejantes no solo úmido ou na casca apodrecida de algum tronco relegado.

Lagartas, jamais sonhariam com os beijos do sol ou com o néctar das flores. Mas, passam as semanas e após a fase de crisálida, ei-las que surgem maravilhosas, coloridas, exuberantes, plenas de vida.

* * *

À semelhança da lagarta, vivemos no terreno das experiências humanas.

Afinal, chega um dia em que somos convidados a adormecer na carne para despertar na Espiritualidade, planando acima das dificuldades que nos afligiam.

É a morte que nos alcança e nos ensina que a vida não se resume num punhado de matéria que entrará em decomposição.

Também não é simplesmente um amontoado de episódios marcantes ou insignificantes, promotores de esparsos sorrisos e rios de pranto.

A vida é a do Espírito, que vive para além da aduana da morte, tendo como destino a vida na amplidão.

Por isso, quando formos constrangidos a acompanhar, com lágrimas, aquele afeto que se despede das lutas do mundo, rumando para a Espiritualidade, não lastimemos, nem nos desesperemos.

Mesmo com dores n'alma, despeçamo-nos do coração querido com um suave até logo porque exatamente como as borboletas, ele alcançou a liberdade, enfim.

* * *

Ao morrer o corpo, o Espírito que dele se utilizava como de um veículo, se liberta.

Ninguém se aniquila na morte. Muda-se, simplesmente, de estado vibratório, sem que se opere uma mudança nos sentimentos, paixões e anseios naquele que é considerado morto.

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Redação do Momento Espírita, com base no cap. 10 do livro Rosângela, pelo Espírito homônimo, psicografia de Raul Teixeira, ed. Fráter

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Selo Comemorativo do Centenário do Nascimento de Chico Xavier


"Ama sempre. E quando estiveres a ponto de descrer do poder do amor, lembra-te do Cristo"

Ação dos Espíritos sobre a Vida Humana - Raul Teixeira


Desde sempre os Espíritos interferiram na vida da Humanidade.

Por mais que alguns não creiam, somos Espíritos, Deus é Espírito. Os seres que Ele criou são seres espirituais que existem para alcançar a sua perfeição, o seu aprimoramento ao longo das idades, nessas idas e vindas ao mundo corporal, como o aluno que vai formando o seu arcabouço intelectual por meio das idas e vindas à escola, do aprendizado que realiza ao longo do tempo.

Desde os tempos mais distantes, travamos contato com os seres espirituais.

Para não irmos tão longe, se recorrermos à Bíblia Judaica, encontramos em o Gênesis, primeiro livro da Bíblia Judaica, a notícia de que no princípio, eram as trevas e o Espírito do Senhor flutuava sobre a face do abismo. (cap. I, v.1)

A partir disso, ficamos pensando nesse Espírito do Senhor, do Senhor Elohim, que pairava sobre as sombras do começo, porque no princípio, eram as trevas.

O Senhor fez a luz, o Fiat lux. O Senhor foi tirando do seio das águas tudo quanto pode, logo, aquelas trevas estavam sobre as águas.

Saiu das águas o elemento árido, o continente, a terra. E tudo quanto, segundo o texto do Gênesis, foi feito, foi feito com essa matéria que saiu das águas.

Encontramos o surgimento do par bíblico, Adão e Eva. E, depois de serem expulsos do Éden, dos jardins Edênicos, o Senhor Elohim colocou um “anjo”, um Espírito, de espada flamejante para impedir que o casal voltasse a penetrar o Éden.

Temos, pois, desde o começo, a interferência dos Espíritos sobre a vida humana.

Se havia uma entidade angélica à porta do Éden para impedir a entrada do casal Adão e Eva, é porque esse Espírito angélico já interferia na liberdade de ir e vir de Adão e Eva.

Ora, quando pensamos nisso, olhamos para os outros povos além do povo judeu e verificamos o surgimento e o desenvolvimento das suas relações com os seres espirituais, o que foi chamado de mitologia.

Exatamente porque os antigos criaram entidades, deuses, que eram a imagem e semelhança deles próprios.

Encontramos, nesse desfilar de divindades mitológicas, os deuses maiores, entidades que faziam o bem e que promoviam o bem. E deuses menores, entidades que promoviam o equívoco, a ignorância ou mantinham esses processos de vida no mundo.

Eram os Espíritos. Esses deuses não passavam de seres espirituais.

É por isso que encontramos, ao largo das mitologias, as notícias de que vários desses deuses se manifestavam através de criaturas especiais, para conversar com a sociedade.

Temos as notícias de que na velha Índia, na Índia védica, milenária, as divindades se comunicavam por meio dos richis, que eram os sensitivos da época, os médiuns da época e, através dos richis falavam os deuses acreditados pela Índia.

Conhecemos na Grécia, as divindades gregas que influenciaram sobre a cultura romana e essas divindades gregas, também através de pitons, de pitonisas, vinham falar com a sociedade.

Como é o caso do deus Apolo, no Monte Parnaso, nas regiões da Fócida, que vinha, periodicamente, através da sibila, falar àquela pequena multidão aglomerada no seu templo, mostrando essa interferência do pensamento dos Espíritos libertos da matéria sobre o pensamento dos Espíritos ainda presos à matéria, ainda encarnados na Terra.

A interferência é global. Em todos os tempos, os Espíritos interferiram na vida da coletividade.

* * *

Ao lado dessas interferências, que aprendemos desde os tempos mitológicos, podemos pensar que, na atualidade, também os Espíritos interferem sobre as nossas vidas.

Nunca os Espíritos deixaram de interferir sobre a vida dos encarnados. Afinal de contas, quem somos nós, os encarnados? Somos os Espíritos temporariamente revestidos de um corpo físico.

Quando sairmos desse corpo físico, pelo fenômeno da morte, voltaremos a ser tipicamente Espíritos, chamados assim, acreditados assim.

O notável Codificador da Doutrina Espírita no mundo, Allan Kardec, teve o ensejo de fazer uma pergunta em O livro dos Espíritos. Essa pergunta recebeu o número 459 e ele indaga da seguinte maneira: Interferem os Espíritos em nossos pensamentos e em nossos atos?

A resposta fundamental: Sim, interferem. Eles interferem a tal ponto que comumente são os que vos dirigem.

Notemos que coisa curiosa, capaz de nos transtornar. Essa certeza de que as nossas vidas são manejadas muitas vezes por seres espirituais.

Uma vez que eles interferem em nossos pensamentos e atos, eles interferem sobre nossas vidas, que são forjadas por atos, depois dos nossos pensamentos.

É muito importante saber que somos Espíritos e, por isso, sofremos essa investida permanente dos Espíritos sobre nossas existências.

Todos participamos desse lado espiritual, pela capacidade de emitir pensamentos, de refletir pensamentos e, graças a essas ondas que atiramos para o espaço, atraímos entidades semelhantes a nós. Atraímos seres simpáticos a nós, que se afinam conosco.

É por isso que, de ordinário, são os Espíritos que nos dirigem. Comumente são os Espíritos que nos dirigem.

Mas existe uma questão fundamental em tudo isso.

Será que estamos vulneráveis a essa interferência dos Espíritos sem que nada possamos fazer?

Não. Não estamos vulneráveis. Cada qual de nós, através do seu procedimento na vida, do tipo de pensamento que alimente, do tipo de conduta que tenha, atrairá para junto de si entidades dos mais variados teores, dos mais diversos tipos.

É dessa forma que vamos definindo quais são os Espíritos que comumente nos dirigem, que ordinariamente nos dirigem; são aquelas entidades para as quais abrimos o nosso campo mental.

Os Espíritos que nos dirigem podem ser do bem ou podem ser da sombra. Se somos indivíduos humanos interessados no bem, buscando o bem, onde quer que estejamos, seja no que for que façamos, automaticamente, podemos garantir que as entidades que nos secundam, que nos influenciam, são de boa índole, são Espíritos do bem.

Se as nossas ações na Terra são negativas, são perturbadoras, são egoísticas, vaidosas, excentricamente desastradas, natural é pensar que as entidades que tomam acento no espaço de nossa vida, são entidades desse naipe, desse tipo, dessa estrutura moral.

Por isso, é muitíssimo importante que, através da nossa vivência, através do nosso modo de ser e de viver, façamos contatos com Espíritos sãos, com Espíritos do bem, com Espíritos da Luz.

É importantíssimo admitirmos que somos Espíritos que vivemos num mundo encharcado deles.

Foi o Apóstolo Paulo que nos disse que estamos cercados por uma nuvem de testemunhas.

Isso mais tarde vai ser confirmado pela Doutrina Espírita, por meio da pergunta a que nos referimos: Interferem os Espíritos em nossos pensamentos e atos? Sim, eles interferem muito mais do que imaginais. Eles interferem a tal ponto que comumente são eles que vos dirigem.

É muitíssimo importante e grave sabermos que a nossa felicidade, espiritualmente falando, ou a nossa desdita, dependem de nós.

Saber que, no mundo dos Espíritos, as entidades não têm acesso franco à nossa vida senão quando lhes abrimos portas através dos pensamentos e atos de cada dia.

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Transcrição do Programa Vida e Valores, de número 179, apresentado por Raul Teixeira, sob coordenação da Federação Espírita do Paraná.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Viver no Paraíso - Richard Simonetti


"Não penseis que eu vim destruir a Lei ou os profetas.
Não os vim destruir, mas cumprir.
Porque em verdade eu vos digo:
Antes que passem o Céu e a Terra, nem um só jota, nem um só til da Lei passarão, sem que tudo se cumpra."
 Mateus, 5:17-18

– Converta-se, meu amigo. São chegados os tempos! É sua última chance!
– O mundo vai acabar?
– Em fogo, como está no Apocalipse.
– Morreremos todos?
– Haverá o juízo. Os eleitos habitarão o paraíso, em corpos celestes, imortais.
– Se nos convertermos seremos salvos?
– Sem dúvida!
– E o amor?
– Que tem a ver com a salvação?
– Jesus não ensinou que ele resume toda a lei e os profetas?
– Haverá muito amor no paraíso.
– A gente amará por viver no paraíso ou viverá no paraíso por amar?
– Sei lá! Isso a Deus pertence.
– Penso que deveríamos cogitar do assunto. Parece-me que o amor é nosso passaporte para o paraíso.
– Como você define o amor?
– Segundo Jesus, amar é fazer ao semelhante todo o bem que gostaríamos de receber dele.
– Concebendo assim fica complicado. Há milênios o homem é orientado pelo egoísmo.
– Então, meu amigo, você há de concordar comigo que muita água rolará no rio do tempo, até que nos habilitemos aos páramos celestes.
– Mas… e o fim do Mundo?
– Ocorrerá um dia, sem dúvida, quando se apagar o Sol. Mas isso levará alguns bilhões de anos. Até lá teremos aprendido a amar, em integral cumprimento da lei divina.
– Iremos finalmente para o paraíso?
– Não importa onde será a nossa morada. Onde estivermos será o paraíso!

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Livro O Céu ao nosso Alcance - Richard Simonetti

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Richard Simonetti - Perguntas e Respostas

1 – Há quem diga que durante o sono temos contato com o mundo espiritual. É possível?
Essa é a realidade demonstrada pela Doutrina Espírita. Quando dormimos, podemos transitar pelo Além. Por isso costuma-se dizer que o sono é um mergulho na eternidade.

2 – Os sonhos são lembranças de nossas atividades no plano espiritual, durante o sono?
Nem sempre. Diríamos que há três tipos de sonhos: fisiológicos, psicológicos e espirituais, definindo situações diferentes que nos envolvem durante o repouso noturno.

3 – O que é o sonho fisiológico?
É aquele que dramatiza algo que acontece com nosso corpo. Se está frio e nos descobrimos, sono pesado, sem despertar, poderemos nos ver num campo de neve, tiritando. Pessoas com incontinência urinária sonham que estão satisfazendo essa necessidade fisiológica, enquanto molham a cama. Adolescentes sonham que estão mantendo relação sexual quando experimentam poluções noturnas, naturais em sua idade.

4 – O que é o sonho psicológico?
É aquele que exprime nossos estados íntimos. Nos velhos tempos, em que não havia os recursos da informática, eu passava dias e dias procurando diferenças nas fichas gráficas de contas correntes, no Banco do Brasil, onde trabalhava. À noite sempre me via, durante o sono, na agência, repetindo intermináveis verificações. Era a dramatização de meu envolvimento com aquele problema.

5 – E o sonho espiritual?
É o resíduo de uma atividade desenvolvida pelo Espírito, afastado do corpo durante o sono. Kardec denomina essa situação como emancipação da alma.

6 – Como podemos saber se um sonho exprime uma atividade espiritual ou se trata de simples dramatização de situações fisiológicas ou psicológicas?
Os sonhos de caráter fisiológico ou psicológico são fugidios, mal delineados. Os sonhos espirituais são mais nítidos, mais claros. Guardamos melhor. E um detalhe: geralmente são coloridos, o que não costuma ocorrer com as demais formas, que se apresentam em branco e preto.

7 – Há sonhos repetitivos. A pessoa se vê sempre na mesma situação, não raro dramática. Está se afogando, ou envolvida num incêndio, ou sofrendo um acidente. Tem algo a ver com o mundo espiritual?
Chamam-se recorrentes os sonhos repetitivos. Geralmente envolvem uma experiência dramática, em passado próximo, na vida atual, ou remoto, em vidas anteriores. Esses registros, sepultados no inconsciente, podem aflorar na forma de sonhos, principalmente quando passamos por alguma tensão ou preocupação exacerbada.

8 – Freud concebia que, interpretando os sonhos de seus pacientes, poderia ajudá-los a vencer traumas e desajustes. É possível?
Freud estava no caminho certo. Faltou-lhe a crença na imortalidade e na reencarnação para perceber que sonhos perturbadores podem ter origem em influências espirituais ou em reminiscências de vidas anteriores.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Entrevista com Divaldo Franco

O que é felicidade?
A felicidade é a perfeita identificação entre o que parecemos e o que somos. Nossa proposta é: seja você mesmo. Nada obstante, para viver em sociedade dissimule os seus problemas. Porque a sociedade não te pode resolver. Nem seria lícito que nós exteriorizássemos nossos problemas a pretexto de ser leais com o grupo social. Mas a felicidade vem da harmonia interior do indivíduo perante a vida.

Como se busca a felicidade?
A busca da felicidade é um trabalho interior de transformação moral e de renovação emocional. Todos nós temos defeitos, que são problemas da nossa evolução antropológica. As heranças do instinto, agressividade, violência, o orgulho, o desejo de posse, a supremacia e as outras emoções perturbadoras como o medo e o ciúme. A busca da felicidade dar-se através da nossa mudança interior, cada dia lutando para sermos melhores que no dia anterior.

É uma busca difícil?
Não, não. Porque é uma questão de hábito. Não pode haver nada mais difícil do que falar, do que andar, do que cantar, do que exercer qualquer atividade cultural. Através do treinamento aquilo se torna tão natural que se incorpora a nossa vida. Daí dizer que os hábitos são uma segunda natureza. Se nós conseguirmos realizar um esforço moral para algumas mudanças estaremos numa situação de muita harmonia.

Para pessoas que passam por grandes tragédias, como a que ocorreu no Haiti, ou em Angra dos Reis, no Brasil, ainda é possível encontrar felicidade?
Sim, e nós temos exemplos no mundo inteiro. Naturalmente as pessoas emocionalmente mais débeis sentem-se destroçadas e se não receberem ajuda psicológica específica não saem da depressão, do desencanto nem do pessimismo. Mas, pode observar, há grandes vidas assinaladas por muitas tragédias, por doenças terríveis, e o indivíduo consegue superar. Determinados atletas mundiais, por exemplo, foram vítimas de paralisia, outros tiveram deficiência, outros tiveram lar muito modesto, mas esforçaram-se e conseguiram a meta que perseguiam.

Qual o segredo disso?
Primeiro, não ter auto compaixão. Porque, problema, todo mundo tem. E, de alguma forma, insucessos, tragédias, ocorrem no cotidiano de quase todas as pessoas. Umas emocionalmente mais frágeis voltam-se para dentro, para serem infelizes, para queixar-se, para lamentar. Outras, resolvem enfrentar o problema e então superam o desafio.

O que é a verdade?
É a paz interior. Existem três verdades do ponto de vista psicológico: a minha verdade, a sua verdade e a verdade real, que é aquela que a gente nem sempre alcança. Se acontece um crime e duas pessoas veem, cada uma conta de uma forma e o juiz terá que avaliar realmente o que aconteceu porque, para o nosso emocional, a verdade é o que nós sentimos e não aquilo que realmente representa a verdade.

Mas, qual é a melhor verdade na opinião do senhor?
É o indivíduo integrar-se no cosmo. Tornar-se útil, encontrar uma diretriz de segurança para ser feliz.

Como o senhor define o Espiritismo?
É uma ciência que estuda a origem, a natureza, o destino dos espíritos e as relações com o mundo material. Essa é a definição dada por Alan Kardec. Eu diria que o espiritismo é uma ciência da filosofia, é a filosofia da religião e a religião da ciência.

E é uma ciência bem aceita pela sociedade?
Toda idéia nova enfrenta muitos preconceitos. E no começo do século XIX enfrentou três tipos de preconceitos. O preconceito religioso, o preconceito científico e o preconceito popular. O religioso dizia que eram propostas demoníacas, como fez com todas as ciências. E isso foi superado. Porque o essencial do espiritismo é a prática do bem, a transformação moral do indivíduo, a busca de Deus e o mal não pode fazer bem. Os cientistas diziam que os médiuns eram psicopatas. Portadores de alienação mental, de esquizofrenia, de epilepsia, no entanto as investigações disseram que os médiuns são paranormais. Portadores de sexto sentido. E a dificuldade popular era a da ignorância. que confundia o espiritismo com ao africanismo, com a bruxaria, com o xangô, essas questões que dizem muito respeito ao animismo cultural do nosso povo, mas está superado.

"Vivemos muito angustiados na busca de coisas, acreditando que elas são essenciais à vida. Naturalmente algumas são fundamentais, mas há outros valores. O ser interior, a paz que o indivíduo desfruta, a harmonia do grupo familiar, a alegria de viver, constituem valores que nos levam ao encontro da verdade"


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Trechos da entrevista de Divaldo Franco concedida ao jornal "Tribuna do Norte" em 31/01/10
http://tribunadonorte.com.br/noticia/divaldo-pereira-franco-vivemos-angustiados/139193 - site acessado em 02/01/10 às 09h35

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Inutilidade

"Fui trazido a esta Casa por amigos espirituais que zelam pelo meu aprimoramento, para que pudesse trazer aos irmãos o meu testemunho.

Estive encarnado na Terra lá pelos idos dos anos 40. Fui pessoa afável e tinha família, filhos, emprego e pessoas conhecidas, porque eu mesmo - confesso - não era amigo de ninguém.

Cuidava da minha vida e não fazia mala ninguém. Pelo menos, não conscientemente. Mas era como um fantasma a flanar pelo mundo, ao qual me ligava de forma apenas superficial. Mesmo em família, não vivia a plenitude do abençoado ambiente familiar... Era como se coabitasse com pessoas que não eram mais do que conhecidas.

Nunca ajudei quem quer que fosse e não abri mão de coisa alguma que julgasse minha para favorecer alguém, mesmo os meus filhos.

A vida era vazia e vazio se fez o meu desencarne. Ao despertar, nada via e nada sentia...

Durante algum tempo tive dúvidas sobre se ainda estava no plano físico preso a uma matéria danificada, sem movimentos e sentidos... Ouvia, no entanto, ruídos longínquos que sugeriam a presença de pessoas próximas. Era, enfim inútil como o fui durante toda a existência física: completamente voltado para dentro de mim.

Longo tempo passei assim e, posso dizer, só recentemente me abriram os olhos...

Agora procuro resgatar o tempo perdido e venho advertir meus irmãos para que não repitam o erro que cometi. Não vivam só para si, vivam para servir e permitam que o mundo lhes toque as fibras do coração, dando a ele tudo o que a boa vontade pode produzir."

Um Espírito em Evolução
Médium Alexandre Burburan

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A Caridade
Setembro de 2000